Utilização intramamária de BENZILPENICILINA PROCAÍNICA na terapêutica de mamites por Streptococcus uberis

2021-01-12T22:44:12+00:008 de Janeiro, 2021|

No âmbito do estágio realizado no Departamento Veterinário da Proleite, pela estagiária  de Medicina Veterinária, Rita Vinhas sob o tema “Utilização intramamária de BENZILPENICILINA PROCAÍNICA na  terapêutica de mamites por Streptococcus uberis”, obtiveram-se as seguintes conclusões:

Streptococcus uberis é um agente causador de mamites que está presente no ambiente das vacas, mas que apresenta uma componente contagiosa. Atualmente, é considerado um dos agentes mais preocupantes, que produz mamites graves e, frequentemente, associadas a contagens de células somáticas (CCS) elevadas. Através do estudo em várias explorações leiteiras pertencentes à Proleite, foi possível confirmar que 77,3% destas mamites ocorrem num período próximo da secagem, que os animais com maior número de lactações são mais suscetíveis (86,4%) e que são normalmente infeções já subclínicas (sem sinais visíveis) e de longa duração (63,5%).

Uma vez que são mamites muito difíceis de curar e que as medidas clássicas de controlo não se demonstram eficazes contra este agente, o estudo apresentado tem como objetivo avaliar a eficácia de vários tratamentos à base de bisnagas Procapen Injector, com diferentes durações, e perceber se existe alguma vantagem em associar Albipen LA. De forma a proceder a este trabalho, vacas de várias explorações leiteiras pertencentes à Proleite identificadas com S. uberis foram submetidas a um dos três tratamentos em estudo:

  1. Bisnagas Procapen Injector durante sete dias.
  2. Bisnagas Procapen Injector num período de cinco dias.
  3. Bisnagas Procapen Injector com Albipen LA durante cinco dias.

Assim, através das taxas de cura obtidas foi percetível que tanto a terapia que junta as bisnagas Procapen com as injeções de Albipen (57,1%) como o tratamento apenas com bisnagas com duração de sete dias (54,5%) proporcionaram uma taxa de cura razoável, ao contrário do tratamento com bisnagas de apenas cinco dias (25%). O número de lactações de cada animal poderá ter tido alguma influência nas taxas de cura atingidas, assim como a duração destas infeções, uma vez que tanto vacas com mais de uma lactação, como vacas com infeções prolongadas obtiveram taxas de cura mais baixas. De qualquer modo, após a aplicação de qualquer tratamento foi visível uma diminuição nas células somáticas presentes no leite das vacas afetadas, contudo estas mantêm-se em valores elevados, já que S. uberis é capaz de provocar alterações que podem ser irreversíveis no úbere da vaca.