No âmbito do estágio realizado no Departamento Veterinário da Proleite, pela estagiária de Medicina Veterinária, Rita Vinhas sob o tema “Utilização intramamária de BENZILPENICILINA PROCAÍNICA na terapêutica de mamites por Streptococcus uberis”, obtiveram-se as seguintes conclusões:
Streptococcus uberis é um agente causador de mamites que está presente no ambiente das vacas, mas que apresenta uma componente contagiosa. Atualmente, é considerado um dos agentes mais preocupantes, que produz mamites graves e, frequentemente, associadas a contagens de células somáticas (CCS) elevadas. Através do estudo em várias explorações leiteiras pertencentes à Proleite, foi possível confirmar que 77,3% destas mamites ocorrem num período próximo da secagem, que os animais com maior número de lactações são mais suscetíveis (86,4%) e que são normalmente infeções já subclínicas (sem sinais visíveis) e de longa duração (63,5%).
Uma vez que são mamites muito difíceis de curar e que as medidas clássicas de controlo não se demonstram eficazes contra este agente, o estudo apresentado tem como objetivo avaliar a eficácia de vários tratamentos à base de bisnagas Procapen Injector, com diferentes durações, e perceber se existe alguma vantagem em associar Albipen LA. De forma a proceder a este trabalho, vacas de várias explorações leiteiras pertencentes à Proleite identificadas com S. uberis foram submetidas a um dos três tratamentos em estudo:
- Bisnagas Procapen Injector durante sete dias.
- Bisnagas Procapen Injector num período de cinco dias.
- Bisnagas Procapen Injector com Albipen LA durante cinco dias.
Assim, através das taxas de cura obtidas foi percetível que tanto a terapia que junta as bisnagas Procapen com as injeções de Albipen (57,1%) como o tratamento apenas com bisnagas com duração de sete dias (54,5%) proporcionaram uma taxa de cura razoável, ao contrário do tratamento com bisnagas de apenas cinco dias (25%). O número de lactações de cada animal poderá ter tido alguma influência nas taxas de cura atingidas, assim como a duração destas infeções, uma vez que tanto vacas com mais de uma lactação, como vacas com infeções prolongadas obtiveram taxas de cura mais baixas. De qualquer modo, após a aplicação de qualquer tratamento foi visível uma diminuição nas células somáticas presentes no leite das vacas afetadas, contudo estas mantêm-se em valores elevados, já que S. uberis é capaz de provocar alterações que podem ser irreversíveis no úbere da vaca.